Salmo 50 Salmo 50:15
Joaquim era aquele homem simples na vida e que se podia considerar um crente fiel. Dava, com regularidade, as suas ofertas, assistia dominicalmente aos trabalhos da Igreja, gostava de cantar no pequeno grupo coral e até tinha uma paixão muito especial - visitar os doentes hospitalizados e orar por eles e com eles.
Era o que se podia chamar um exemplo entre os fiéis e o membro da igreja que qualquer pastor gostaria de ter no seu rebanho.
Um dia as coisas começaram a andar para trás. Ele não sabia porquê e interrogava-se em oração. O que é que está mal na minha vida? Onde é que eu caí? Porque é que Deus me desamparou e não ouve as minhas orações? Porque é que perdi o gosto de visitar os doentes e de orar por eles? Porque é que até o relacionamento com a esposa e filhos já não é tão doce como antes?
O irmão Joaquim, perplexo, começou a beber. Primeiro, só um pouco, mas, depois, perdeu o controlo e acabou por ser despedido do emprego, separou-se da mulher e dos filhos e arranjou algumas companhias que não eram as melhores...
Um dia, na arrecadação, que agora era o seu quarto, e depois de passarem os vapores do álcool, ele olhou e viu a sua velha e bem usada Bíblia e lembrou-se do conforto que sentia quando lia aquelas páginas sagradas. Tinha saudades. Estendeu o braço e pegou no Livro. Não tinha vontade de ler e atirou a "amiga", ajudadora em muitos problemas, para os pés do colchão que lhe servia de cama. Levantou-se foi à rua tomar um pouco de ar, refrescar as ideias. Acabou por vencer a tentação de ir ao café beber mais uns bagaços e voltou para o abrigo. Lá estava a Bíblia, aberta sobre a cama. Pegou-lhe. Era o Salmo 50 e ele, contra a sua vontade, mas obediente à vontade do Espírito Santo, começou a ler e parou sobre o versículo 15, que ele algum dia tinha sublinhado a vermelho. Leu, releu, tornou a ler, derramando o seu coração na presença do Senhor. Foi bom, muito bom, mas ainda não estava bem.
Deitou-se de barriga para o ar, com a velha Bíblia aberta sobre o peito, e começou a pensar e a analisar os últimos três meses em que a roda tinha andado para trás. Quando começou, disse: - Ah, já sei! Foi naquele dia em que perdi a calma com o colega de turno e nos envolvemos naquela cena de pancadaria, de palavras coléricas, torpes e insultuosas. Tivera que mentir à esposa por causa daquelas escoriações e nódoas negras na cara e no corpo. Mentira novamente quando, sem emprego, começou a gastar as economias para não dizer que fora despedido. Mentiu também quando chegou toldado a casa e dissera que fora numa festa de aniversário de um colega. Foram mentiras sobre mentiras e, por isso, abandonou o leito conjugal, deixou de ir à igreja, deixou de se sentir bem no ministério de visitação...
ERA O PECADO OCULTO!...
Agora, o Senhor estava ali a dizer-lhe, na solidão daquele anexo armazém: - "Invoca-me no dia da angústia e Eu te livrarei, e tu me glorificarás".
Saltou do colchão, ajoelhou-se e, durante horas, confessou ao Senhor os seus pecados, chorou, riu, louvou a Deus e, depois de sentir a Obra do Espírito Santo no seu corpo e certo da Sua ajuda, deixou o anexo e foi confessar o seu pecado à esposa, pediu-lhe perdão e, juntos, aos pés do Senhor, prepararam-se para enfrentar o futuro, com Deus à sua direita.
O Joaquim logo começou a trabalhar no anexo do reencontro e em breve foi chamado para assumir o seu cergo de chefe de turno na sua fábrica.
Tudo voltou ao normal e acabou muito bem, porque o Joaquim confessou os seus pecados ocultos, abandonou-os e diariamente buscava a ajuda de Deus.
Invoca ao Senhor no dia da tua angústia, não Lhe escondas os teus pecados, mas confessa-os, arrepende-te e abandona-os. O Senhor te ouvirá e te livrará e tu O glorificarás.