Mateus 7:1 Mateus 7:1-6
Há poucos dias, falando com um irmão, concluí que ele acusa tudo e todos por não pensarem como ele. Uns, porque são modernistas e adulteram a Bíblia; outros, porque são ecuménicos e andam por aí a fazer a obra do diabo; outros, porque não amam as suas congregações e andam sempre a mudar; outros, já não levam a Bíblia à Igreja, mas usam os telemóveis para as leituras; outros, porque estão a deixar entrar a luxúria e o sexo desregrado, antes e fora do casamento, etc..
Já cansado de tantas acusações directas e indirectas, respondi, com amor, ao amado irmão: - lembremo-nos do que diz a Escritura, pela boca de Jesus, nosso Mestre: "Não julgueis, para que não sejais julgados, pois com o juízo com que julgardes, também vos julgarão a vós..."
- Não, não, respondeu-me muito empertigado, a Bíblia diz em I Coríntios 6:2-3 que nós, os crentes, havemos de julgar o mundo, e até os anjos, quanto mais as coisas pertencentes a esta vida.
- É verdade, a Bíblia diz isso, mas é num contexto completamente diferente, pois o que estava no coração de Paulo era apaziguar os ânimos exaltados lá na Igreja de Corinto, e não atirar achas para a fogueira. Essa passagem, aplicada na sentido em que estamos a falar é arrancá-la do seu contexto para atear ainda mais os problemas das igrejas de hoje.
Nós temos o direito de pensar no que está bem ou mal. Somos livres para divergir, mas não para esbofetear os nossos irmãos, porque todos nós temos pecado, senão aqueles, outros e, aos olhos de Deus, são também condenáveis.
Nós não devemos julgar os nossos irmãos, é ordem de Jesus! No entanto, podemos ser críticos em amor. A crítica faz parte das faculdades do homem, por isso, podemos e devemos usá-la, mas com respeito, conta, peso e medida, nunca esquecendo que a nossa liberdade termina onde começam os direitos do nosso opositor.
Talvez estejamos a ver o argueiro no olho do nosso irmão, porque ainda não tirámos a trave do nosso. A verdade é que muito do que vemos errado no nosso irmão, Deus está vendo em nós (Leia Romanos 2:17-22).
Penso que chega de julgarmos os outros. Não é essa a nossa função, nem o nosso dever. Nosso dever é mostrar Deus em toda a nossa vida, pois, agora, não somos mais nós, mas é Ele em nós.